terça-feira, 24 de julho de 2012

POSSIBILIDADES PARTE II

.Nota Pública: Prezados Senhores, antes de continuar do ponto onde paramos nossa história, gostaria de deixar claro aqui o meu desapontamento para com alguns leitores do blog. Eu nunca falei aceitação social, da parte posterior e geral. Eu nunca quis que vocês gostassem da minha história, como disse antes, nós não nascemos para agradar à todos, e eu sempre deixei claro que iria até o meu limite para contar ela por inteira e até o final. Pois bem, chegou ao meu conhecimento está semana de quê, alguns leitores, usaram de estratégia ofensiva para publicar este canal. Gostaria de pedir encarecidamente que os senhores que despuseram de tal pretensão  que se mantenham longe deste espaço, isto aqui foi feito para compartilhar um conto  AUTÊNTICO. Gostaria de deixar claro também, que eu compartilho este canal com os meus amigos e ao compartilhar não obrigo ninguém a ler, eu não me importo com opinião alheia contanto que ela não agrida o meu trabalho. 
Livre arbítrio ainda prevalece nos dias de hoje.
Att Larissa.



"Pode vir me contar das coisas que
Pensei conhecer em ti
Não sei bem se foi eu que me enganei
Ou foi você que me iludiu
Pois, neste minuto sei tão bem do espaço que ocupo
Meu amor... tudo têm o seu lugar."


Ainda situados ainda no verão de 2008 onde a nossa garota está dividida entre contar a verdade para seu melhor amigo, sobre sua paixão platônica, ou sofrer calada até essa febre passar.
Em um entardecer chuvoso de segunda-feira Laila estava sentada, emburrada e com as meias ainda encardidas no último degrau da escada de sua casa.
Enquanto seus pais faziam um tsunami de gritos e reclamações, seu beiço tendia a ficar maior quanto mais eles insistiam em levá-la na viagem de "férias".
O motivo pelo qual ela odiava essas viagens de em família era que toda vez que ela e sua ima ficavam mais do que 3h juntas dentro do carro sempre se inventava um novo motivo para odiar ainda mais o fato de ser filha dela. 
Laila e Dona Simone tinham uma relação de cão e gato.
Elas se amavam, mas simplesmente não davam certo juntas.
Aba, Seu Lionel, sempre soube disso, por isso nunca obrigava mãe e filha ficarem juntas além do necessário. 
Im desceu enfurecida as escadas, parou em frente à ela, e trovejou as seguintes palavras:

- Você fica, mas, sua avó vai ficar aqui cuidando de você.

Laila quis se enforcar ali mesmo.
Pior do que ter que viajar com ima, seria passar um verão inteiro sendo obrigada a tricotar, ter que chorar pra poder sair de casa depois das 19h, assistir televisão todo domingo e ter que fingir gostar disso... sem falar no fato de que bubbee tinha um rato-cahorro que o-di-a-va Laila. 
Por 1 segundo ela quis correr atrás de sua ima e implorar pra ir junto, mas pensou duas vezes, e persuadir sua avó de 76 anos era mais fácil. 
Então seus pais partiram pela manhã e bubbee chegou com seu rato-cachorro barulhento, ela correu para trancar a porta do quarto dormiu até 12:16h quando sua avó batia repetidamente na porta a chamando:

- Vêm filhinha, aruchat tzohorayim.

Laila amava sua vovó mais que tudo, mas tinha um dom sobrenatural para acordar mau-humorada e vendo aquele rato-cachorro rosnar para suas pantufas enquanto ela tentava almoçar em paz, fazia com que ela tivesse vontade de chutá-lo pra longe. Sentou na mesa com bubbee e conversaram sobre tudo, de forma abreviada e rápida. Assim que terminara ela se recolheu para seu quarto, pegou um gibi e lembrou de Gabri, o dia continuava nublado com uma provável chuva à noite.
Quando bateu 21h ela decidiu ligar para seu amigo momentaneamente "sumido".

- Alô?
- Oi gabri.
-Oie .
- Só queria saber o porquê do sumiço... eu ainda moro no mesmo lugar.
- Passei o dia consertando o telhado com meu pai, goteiras ainda são um problema aqui em casa aparentemente.
- Pensei que você tivesse morrido de forma trágica.
- Quanto amor.
- Digo o mesmo.
- Mas então, eu to livre agora, vamos na ponte atirar algumas pedras?
- Minha vó ta aqui, não garanto nada, mas tentarei ao máximo.
- Te vejo em vinte minutos?.
- Até.

Então ela colocou seu pijamas de Girafas azuis, e foi na cozinha encenar um boa noite para sua avó.
Assim que bubbee caiu no conto, ela correu para o quarto, trocou de calças, colocou seu all-star velho, trancou a porta, pegou um casaco e pulou a janela.
Caminhou pouco o um sereno muito úmido começou a cair, e ao fundo da rua 33 se via a velha ponte que ligava sua cidade à praia.
Lá no final da ponte estava ele jogando pedrinhas ao longe do riacho que desembocava na praia. Ela chegou por trás e pulou nas costas de seu amigo, tentando montar nele.
Conversaram por alguns segundos e então Gabri parou quieto com os dedos indicadores em forma de chifres na cabeça e um olhar meio sarcástico.

- Satanás? Perguntou Laila.
- Bela camisa. Respondeu Gabri contento as risadas.
- Já te mandei pro inferno hoje? Deixe minhas girafas em paz. Retrucou ela com as bochechas avermelhadas.

As risadas não foram contidas e logo em seguida os dois se beliscaram, terminando a brincadeira em um longo abraço.

- Vou sentir saudade... Deixou escapar Gabriel.

Laila interrompeu o abraço de forma brusca e o fitou com um olhar que misturava medo e muitas perguntas.
Foi então que ele abriu o jogo:

- Olha Lalli... Eu não sei bem como começar, mas minha família decidiu passar as férias na casa da tia Micha, e eu não tenho a mesma sorte que você de poder escolher e ficar... Eu apenas consinto gostando ou não. Estamos de partida amanhã, mas eu juro que ia te contar!! Eu ia... 
- Contar quando? Quando já tivesse chegado lá? NÃO É JUSTO! Eu não posso passar as férias longe de você, logo agora... Eu não quero!!! Com o rosto lavado de lágrimas Laila esbravejou tão alto que até quem estivesse na beira do mar poderia ter escutado tudo aquilo.
- Mas... Nossa... Calma! São só algumas semanas... Porquê tanto desespero? Indagou ele desconfiado.
- PORQUÊ VOCÊ É MEU MELHOR AMIGO, e eu...
- Você o quê?
- Eu te amo.

Ela deu às costas e não conseguiu conter o choro nervoso, por alguns segundos ela quis se atirar daquela ponte de tanta vergonha e raiva de si mesma por não ter pensado naquelas 4 possibilidades e por ter posto à perder todo o plano que tinha calculado  para contar de forma pacífica tudo aquilo para ele.
Foi quando silenciosamente Gabriel se aproximou, e a sufocou em um abraço quente e longo, ela se sentiu tão protegida e retribuída naquele momento como nunca na vida. 
Eles conversaram sobre aquele dito, e Laila deixou claro que nunca teve como intenção acabar deixando isso acontecer. Ele foi compreensivo, mas também muito sincero, disse que por enquanto não teria como retribuir de forma igual o sentimento que ela tinha por ele, já que o coração dele pertencia à outra.
Eles conversaram por mais um tempo, e por mais que Laila estivesse sossegada com a reação de seu amigo quanto aquela grande revelação, seu coração não estava. Ela esperava um beijo, um "eu também" ou quem sabe apenas o silêncio que permitisse ela ir embora.
Foi quando começou a chover e eles decidiram voltar pra casa, no meio do caminho ela encontrou um pingente, que era uma metade de um coração partido e no qual estava escrito "you".
Guardou com ela o pingente e sabia que quando Gabriel voltasse de viagem ela daria pra ele um igual aquele, mas inteiro. 
Quando dobrou a esquina de sua casa, viu que as luzes continuavam apagadas e um certo alívio bateu, já que não precisaria inventar mil e uma desculpas para bubbee ao chegar.
Entrou pela janela, descalçou os tênis e correu para o livro:

"Eu nem sei o que se passa dentro de mim numa hora dessas.
Como eu queria que aquele abraço durasse pra sempre...
Então no fim das contas a possibilidade número 1 se fez maior.
Fico contente por não termos encerrado a noite de forma dramática e fria.
Não foi o que eu queria ouvir, mas pelo menos ele foi compreensivo...
E talvez o tempo e a saudade façam com que ele me veja com olhos diferentes.
Hoje encontrei um pingente de um pedaço de um coração onde dizia "you", coisa boba mas de forma singular representa exatamente minha situação."

Fechou o livro, pegou o pingente do bolso esquerdo de sua calça, catou uma corrente em um dos porta-joias que tinham na sua estante e o colocou no pescoço. Com um sorriso leve se deitou na cama e desejou que ele também estivesse pensando nela.

continua...



Nenhum comentário:

Postar um comentário