segunda-feira, 6 de agosto de 2012

HIT TWO




"Eu quero que dure.
Eu não quero um relacionamento que dure meses
e que termine em um piscar de olhos.
Eu não quero experimentar a dor
e me decepcionar mais uma vez...
Eu quero estar com você
Eu quero que o nosso amor dure
Não importa o que eu tiver que enfrentar
e não importa quando as coisas difíceis começar.
Eu quero nós dois juntos, pra sempre."


Aos 15 anos de idade as garotas pensam em sair para namorar, conhecer rapazes, festas, o primeiro porre, descobrir sua libido, maquiagem um pouco mais marcada, saltos-altos, brigas com os pais cada vez mais frequentes por quererem chegar mais tarde em casa, crises adolescênticas de raiva e impulsividade e por aí vai...
Nossa garota aos 15 anos de idade gostava de ainda vestir seu pijama de girafas, ter um diário para escrever todos os dias, de usar seu all-star velho, de beber suco de laranja e quando em alguma festa uma coca-cola bem gelada com limão para fazer uma feição e a única briga frequente em casa com seus pais era de quando tinha alguma festividade na sinagoga e sua mãe teimava em lhe vestir aquelas roupas que nem sua Nanny vestiria.
Pois bem, essa era a nossa garota aos 15 anos de idade antes de ter um coração partido. Situados no verão de 2008 onde os pais dela ainda viajavam pela América do Sul, sua avó a cuidava e enquanto isso seu primo decidira passar uns dias com elas. Em uma noite quente, Laila e Bruno decidiram ir jogar pedras na ponte assim como ela fazia com Gabriel. Ao caminharem em direção à ponte, Bruno debochava de Laila por ainda usar blusas com estampas infantis e aquele cabelo roxo que agora estava mais desbotado que sua própria cara.
Ela sabia que as brincadeiras de Bruno sempre tinham um fundo de verdade, Laila nunca se importou com a opinião alheia mas estava chegando em uma certa idade onde a aceitação alheia começava a ficar mais importante. Pois bem, ao chegarem na ponte ela parou na frente dele, olhou fixo em seus olhos castanhos e falou:

- Me beija?
- Mas porqu..
Então Laila rouba um beijo dele e enquanto o beijava carinhosamente, Laila pegou as mãos dele e entrelaçou em sua cintura. Como se isso não bastasse ela começou a passar suas mãos pelas costas dele e indo abaixo quando ele soltou-se e falou:
- O que você tá fazendo?
- Experimentando.
- Você nunca fez isso.
- Só queria saber como era.
- Mas Laila...
- Ah vamos lá... Diga de uma vez o que as outras meninas têm que eu não tenho.
- Nada.
- Binho, fala logo.
- Promete que não vai chorar?
- Vai te catar.
- Bom, primeiramente Tita, tu têm que começar a te valorizar um pouco mais. Têm coxas grossas, seios fartos e um bumbum avantajado. Essas blusas da Taokaka e essas calças jeans rasgadas não te valorizam tanto assim. Além do mais esse cabelo roxo ficaria legal 3 anos atrás mas agora tá na hora de mudar um pouco não acha? Uma cor no rosto não faz mal também...
- É... Eu não sabia que você tinha o seu lado feminino tão bem resolvido.

Assim os dois caíram na risada e logo em seguida Bruno roubou um beijo quente dela. As mãos logo começaram a caminhar pelos corpos enquanto um calor subia. Uma mistura de medo e desejo começava a tomar conta de Laila e os dois resolveram parar. Enquanto caminhavam pra casa, Laila ainda encucava com as dicas de Bruno. Ao chegar em casa, Bruno foi-se deitar no quarto de hóspedes, Laila fora tomar um banho, voltou ao quarto e ao abrir a porta do guarda-roupas ficou encarando seu pijama de girafinhas azuis e pensando em tudo o que Bruno tinha lhe falado. Vestiu suas roupas íntimas, colocou uma blusa comprida preta, espiou se Nanny ainda dormia e foi de fininho para o quarto de Bruno. Ao entrar ele estava dormindo, Laila se deitou ao lado dele e começou a beijar sua nuca, ao acordar Bruno se virou e a abraçou.

- O que estás fazendo pequena?
- Experimentando.
- As coisas não podem ser assim.
- Mas Binho, eu amo você.

Ao dizer isso Laila enrubreceu e Bruno olhou fixamente à ela, ela estava deitada e ele por cima de seu ombro agora a olhava do alto.

- Repete.
- Eu te am...

Antes de terminar a frase Laila foi surpreendida com um beijo doce e quente, com os ânimos um pouco exaltados e corpos pegando fogo, os dois só pararam quando ambos os corpos se encontravam nús. Por um momento ela queria ter voltado atrás mas ao ver os olhos castanhos dele que tentavam decifrar os olhos verdes dela, ela tinha certeza que ali era o lugar onde ela deveria estar e mais nada. 
E assim Laila perdeu sua virgindade, a palavra pode ser forte, mas ela nunca se sentiu tão feliz na vida. No dia seguinte os dois agiram como se nada tivesse acontecido, mas ao sair para caminhar Laila foi barrada por Bruno e um beijo romântico. Caminhando em direção à antiga estrada para dar um alívio ao pensamentos, ela pensava no que tinha acontecido e em como se sentia. 
Ao olhar para o céu que agora se encontrava cinza, Laila fechou os olhos e sentiu o vento beijar seu rosto. O pensamento estava em Gabriel mas o coração começava a ficar balançado por Bruno. Ao chegar em casa Laila se deparou com as mochilas de Bruno na porta de sua casa, por um momento ela não entendeu e quis questionar... mas se era de vontade dele ir embora, não seria ela quem impediria. Ao sair, Bruno olhou para Laila e pediu para que ela olhasse em cima de sua cama quando voltasse à seu quarto. A chegar no quarto Laila se deparou com um carta em cima de sua cama, aproximou-se, tirou os tênis, debruçou-se na beirada da cama e leu com atenção:


"Doce Laila, eu estou indo embora pois o tempo que me resta aqui com você e com todos os meus amigos e entes queridos é curto. Preciso lhe dizer que eu irei embora cedo, eu sinto isso. Mas prometa-me que não me odiará por isso e eu prometo lhe cuidar para o resto de nossas, ou melhor, sua vida. O que tivemos ontem foi a prova definitiva de que precisava para saber de que você é o amor da minha vida, minha querida prima amada... Quem poderia julgar-nos? Duas crianças que se amaram desde a primeira birra. E assim foi... E assim pra sempre será.
Peço que não me procure mais, pois eu virei a ti e será nossa despedida. Mantenha isso em mente e eu poderei ir embora em paz. 
Eu amo muito você Tita.
Com carinho, Bruno."

Ao terminar de ler, ela sentiu uma tristeza profunda dentro de si. Não era o medo de perder Bruno nem o fato dele ter ido embora assim de repente, mas pelo fato de que ela sentiu Bruno escrevendo a verdade naquela carta... Ir embora? Mas pra onde? Ela pouco tinha entendido dessa carta mas decidiu guardar com muito carinho e cuidado, assim como Bruno estava guardado em seu coração.
Olhando para o teto de seu quarto ela tinha leves lembranças da noite passada, um sorriso bobo aparecia de vez em quando nos cantos de sua boca e os arrepios eram inevitáveis toda vez que ela lembrava do que ele tinha escrito na carta sobre ela ser o amor da vida dele.
Laila já não mantinha mais seu pensamento tanto em Gabriel, mas toda noite quando deitava sua cabeça no travesseiro era inevitável... Naquela noite, o celular dela tocara e para sua surpresa era Gabriel quem a chamava.

- Fala.
- Lalli! Parece que faz séculos que não nos falamos...
- Ainda moro no mesmo lugar Gabriel.
- Você pode vir aqui na ponte?
- Para quê Gabriel? Já falamos e ferimos tudo o que devíamos um ao outro.
- Você não quer saber o que eu tenho pra lhe falar?
- Não Gabriel.
- Mas Lalli.

E assim ela desligou o celular no meio da conversa, em questão de segundos seu celular tocou novamente, ela quase atendeu mandando a pessoa do outro lado para o Japão mas ao olhar a tela de seu celular vira que quem a ligava era Nanda uma de suas melhores "falsas" amigas de escola, mas que ainda assim Laila mantinha um afeto muito grande pela mesma.

- Alô?
- Oi Lailinha!
- Oi Nanda..
- Menina você não vai acreditar na fofoca do momento!
- O que é?
- O Gabriel foi corneado na frente de todo mundo ontem na festa do Fabrício, a namorada dele beijou o Gustavo sem mais nem menos!!!
- O quê?
- É, é isso mesmo! O Gabriel levou um pé!!
- Laila?
- Laila, ta aí ainda?

Laila largou o celular em cima da cama, ainda de pantufas saiu porta à fora sem nem falar para Nanny onde ia, o sangue fervia em sua cabeça e os pensamentos eram todos possíveis. Ao chegar na ponte ela avistou Gabriel, ela foi em direção à ele, chegou rapidamente perto dele. Gabriel ao vê-la abriu um sorriso e os braços, quando foi pronunciar "Lai.." foi atingido por um tabefe dolorido no rosto. Laila desferiu um tapa em seu melhor amigo, a mão que lhe atingira estava cheia de ódio e dor.

- Você pensa que as coisas são assim entre a gente Gabriel? Eu fiquei sabendo do que aconteceu ontem. Você achou que depois de tudo o que me fez eu ainda iria querer você? Sabe eu te amo, mas estou rindo abusivamente do que aconteceu, eu sabia que isso iria acontecer. Esse tapa foi dado porque você faltou com respeito em relação a nossa amizade. Eu não sou chão de ringue de boxe para te segurar toda vez que você for nocauteado. Eu apenas sinto muito, mas vá sofrer um pouco do que eu sofri nos últimos dias por sua causa.

Laila deu as costas, as lágrimas não foram seguradas, seu rosto agora estava vermelho de raiva e dor. Dor por ter batido em Gabriel. Pelas coisas terem chegado à esse ponto. Seu coração continuava quebrado, mas agora ela sabia que tudo aquilo se tratava de um amor não correspondido pelo seu ex-melhor amigo.


Um comentário:

  1. Olá Larissa não te quero incomodar. Criei um blog onde posto o meu livro se quiseres ver aqui esta o link http://chenelleagata.blogspot.com/ e obrigado :)

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