quarta-feira, 1 de agosto de 2012

FIRST HIT


"Nada nessa vida se leva, tudo se deixa
Então te deixo o meu maior sorriso
O meu melhor abraço
Minha melhor história, minha melhor compreensão
E da minha amizade, a maior porção."

Quem nunca, até os dias atuais, sentiu vontade de simplesmente sumir? Ou ainda, afundar-se em cobertas e desejar nunca mais ter que sair de lá até que todos os problemas tenham-se resolvido como num passe de mágica. Quem nunca?
E hoje aqui escrevendo esta história para vocês, lendo tudo que já li da Laila vejo que mesmo cruel, o amor é necessário.
Li um reportagem em um blog, onde a minha visão do amor se amplificou.
Afinal o que é o amor?

O amor ainda não têm definição, o amor não têm explicação...
Pode-se que tenhamos justificativas para o mesmo, mas uma explicação exata ainda não.
Quantas vezes de coração partido praguejamos "Eu nunca mais vou amar!" e quando menos esperamos a vida está rindo da nossa cara de novo, e lá estamos nós percebendo que as qualidades daquela pessoa bate muito mais do que você esperava com as suas, olhando o celular de minuto em minuto à espera de uma mensagem e mesmo se aquela pessoa mandar um simples "oi" o sorriso vai de orelha à orelha, não é?
E então nos envolvemos, começamos a nos apegar, os dias começam a passar com a presença daquela pessoa no nosso cotidiano, você já dorme e acorda pensando nela e quando menos esperamos estamos ajeitando um lugar na gaveta para colocar suas coisas, escovas de dentes juntas e pés entrelaçados ao dormir.
Então com tudo isso vêm a convivência que nem sempre é aquela maravilha toda que pensávamos, as brigas se tornam um pouco mais frequentes e massantes, você já não consegue aturar tão fácil aquele defeitinho mínimo que no início passava tão despercebido.
O encanto vai esvaindo-se, você começa a se desapegar e quando você se dá por conta tudo já acabou, então vêm a dor de ter aquela pessoa tão querida fora de sua vida e o descostume à ficar sozinho... e mais uma vez lá vamos nós ao "Eu nunca mais vou amar!".

Mas e você?
Você já parou pra pensar o que é o amor na sua vida?
Será que o amor é amarmos acima de tudo? Defeitos e qualidades?
Amor é saber perdoar? É saber respeitar? Ou o amor é quando a gente já não consegue ficar longe daquela pessoa?
Eu digo que o amor é tudo isso misturado, e acima de tudo, necessário em nossas vidas.
Mesmo ele nos fazendo sofrer e chorar como criancinhas de 5 anos de idade não existiríamos se não fosse por ele. Então ame, se machuque, sofra, perdoe, amadureça, aprenda e esqueça. Para no final iniciar um novo ciclo!

continuação...

- Sam.
- O que houve?
- Ele voltou, eu acabei de conversar com ele...
 Os soluços eram tantos que Laila mal conseguia terminar uma frase.
- Deixe-me adivinhar. Você contou a verdade para ele, e ele não reagiu como o esperado?
- Eu já tinha contado mas, ele tinha reagido bem... Só que agora ele diz que está namorando e que...
- Laila, "reagir bem" define isso pra mim por favor.
- Ele aceitou o fato de eu estar apaixonada por ele mas nunca me deu esperanças de que...
- Repita o final da frase para si mesma então.
 Ela ficou muda por alguns segundos e realmente ali estava sua resposta.
- Ele nunca te deu esperanças Lai... Isso era motivo suficiente para não esperá-lo do jeito que você o fez.
- Eu vou... depois eu te ligo Sam.

E assim Laila desligou o telefone com uma raiva descomunal querendo voltar no tempo mas, não para socar a cara de Gabriel e sim a sua própria. No entanto ela começou a pensar um pouco mais fundo no que Samuel tinha dito, ela realmente esperou Gabriel com esperanças de que o tempo e a saudade pudessem fazer de fato ele mudar de ideia... Mas no fundo ela sabia que o coração dele sempre pertenceu à outra pessoa. Ajeitou-se em seu travesseiro, algumas lágrimas ainda caíram mas ela adormeceu. O dia então amanheceu e cedo pela manhã Nanny batia na porta para tentar tirá-la da cama, sua madrinha e seu tio iriam almoçar com elas no dia de hoje. Ao lembrar disso Laila deu um pulo da cama e correu para o banho. 
Esqueci de contar que Laila tinha um romancezinho infantil com seu primo Bruno desde sempre, quando pequenos os dois se escondiam em baixo da mesa da cozinha para roubar bitocas um do outro. Bruno era 2 anos mais velho que ela, naquela época Laila com 15 anos e Bruno com 17 mas os dois se amavam mesmo que de um jeito inocente. Era aquele amor doce de primos mas, com algo a mais. Ela sabia que ele poderia muito bem balançar seu coração.
Quando seus tios chegaram na casa de Laila, ela ainda estava no banho. Nanny abriu a porta para eles e como sempre alguns gritos de felicidade enquanto o cachorro-rato latia na volta. Laila estava terminando de tomar seu banho quando alguém abriu o vitral dando-lhe um susto épico. Era Bruno.

- MAS O QUÊ É..
- Grita e eu digo pra vovó que foi você quem me chamou pra cá.
- SAI DAQU...
- Não vai me dar um beijo?

Com um sorriso debochado Bruno olhou pra baixo, o rosto dela logo ficou mais vermelho que uma pedra de rubi mas mesmo assim ela também sorriu. Era aquele jeito cafajeste dele que fazia ela sorrir. Os dois se beijaram e depois de algumas carícias Bruno decidiu sair do banheiro para não deixar suspeita. Com o rosto ainda pegando fogo Laila foi para o seu quarto se vestir, ao sentar na cama ela sentiu pena de si mesma. Apaixonada pelo seu melhor amigo, envolvida com seu primo. O que poderia ser pior que isso? Nem um e nem outro ela poderia ter mesmo que quisesse. Já vestida ela voltou para a cozinha onde lá teve um almoço com parte de sua família, sentiu falta dos gritos de sua mãe mandando ela ajudar sua avó com a limpeza dos pratos e etc. No final da tarde sua madrinha sugeriu que ela e Bruno fossem passear pela orla da praia que ficava a poucos minutos dali. 
Ao sair de casa Laila sentiu um pressentimento ruim mas não deu, pois esse tipo de coisa era quase sempre e ela ainda não sabia o que estava a lhe esperar.
Caminhando pela orla da praia, Bruno e Laila brincavam feito crianças, corriam fugindo um do outro, se beliscavam e entre tudo isso muitos beijos e abraços. Era tudo tão natural, ele pareciam irmãos, tinham crescidos juntos mas ela nunca se sentiu culpada por sentir aquele amor por ele. Ele era um rapaz moreno, de cabelos negros e sorriso largo. Um pouco mais alto que ela e com os braços fortes, quando abraçava-a quase a engolia em seus braços, e ela sempre adorou isso. No final da caminhada eles decidiram se sentar um pouco perto das dunas para conversarem, ao olhar o oceano, o jeito que as ondas dançavam sobre o mar, Laila lembrou de como seu coração doía e por um momento quis entrar mar à dentro até não conseguir mais voltar. Bruno sempre atento percebeu que Laila tornara-se apática instantâneamente.

- O que houve?
- É complicado e longo.
- Temos tempo ainda.
- Eu to apaixonada pelo meu melhor amigo.
- Mas isso eu sempre soube. Eu sei que tu me ama
 Bruno beliscou o braço dela arrancando um sorriso da moça de olhos marejados.
- Não é você bobão.
- Bom, pelo o que eu vejo a situação não é boa. Porque tu tá mais beiçuda do que criança sem bico, das duas uma: ou ele não te ama ou tu ainda não contou.
- Primeira opção.
- Então sabe o que tu faz? Manda ele catar coquinho. Me diz porquê sofrer por um cara que não te quer? O verão recém começou Tita, têm certeza que vale à pena perder uma das melhores estações do ano por causa dele?

Dali em diante parece que mecanicamente Bruno conseguiu tirar Gabriel dos pensamentos dela. Quando chegou em casa ela correu em ligar para suas amigas de escola, elas não tinham muita intimidade, mas pelo fato de sua mãe ser diretora do conselho de Pais & Mestres, as outras meninas eram obrigadas por seus pais à andarem com ela. Em seguida marcaram festas, saídas e algumas noites do pijama. Por um momento Laila sentiu uma felicidade boba por estar se igualando às outras meninas mas logo seu estômago voltou a embrulhar ao lembrar que ser igual à elas era pedir para morrer. Engatinhou para o final da cama onde embaixo das cobertas estava o seu diário, procurou uma caneta e escreveu:

 "Hoje meu dia foi bom apesar de ainda não saber se foi por causa do Bruno ou porque realmente com a história do Gabriel eu fui culpada. Pois ele foi embora sabendo o que eu sentia e ainda assim nunca disse nada que pudesse me dar esperanças que eu poderia alimentar. Mas enfim... Eu vou seguir o conselho do meu primo."

Com um semblante um pouco menos apático nossa garota entregou-se aos braços de Morpheu.


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